sábado, 30 de junho de 2012

"As origens do racismo"



A coluna de Drauzio Varella na Folha de S. Paulo no dia de hoje(30/06/2012) intitulada "As raízes do racismo" (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/1112826-as-raizes-do-racismo.shtml) visa induzir o leitor a naturalizar as origens do racismo na evolução humana, partindo do pressusposto que estranhar o "outro" faz parte da necessidade dos humanos de criar grupos que possibilitassem "vantagens logísticas". A quem possa interessar a leitura do texto do médico, segue o link.
Ora, o que pretendo salientar (e se preciso, combater) é a ideia propagada por Drauzio da naturalização de um processo que não é natural: ver como natural o susto que tomamos aos sermos abordados por um homem negro na janela do carro (situação descrita pelo médico) é justificar uma ideologia através da qual a figura do negro está associada a das "classes perigosas"  .
Não devemos confundir a ideia de uma necessidade evolutiva com racismo, que é um processo através do qual utilizamos a cor da pele como justificativa para relações de poder nas quais são forjadas garantias para uma raça em detrimento da outra. Esse processo não é natural, mas histórico, e não só possibilitou, mas ainda possibilita violências cotidianas contra "não-brancos".
É preciso atenção em relação as pesquisas ao redor do mundo(as palavras de Drauzio foram retiradas da leitura de uma artigo da "Science") que se põe a justificar comportamentos que devem ser rechaçados. Devemos ficar atentos a essas pesquisas, para que não sirvam aos interesses de uma elite, no modelo das pesquisas sobre racismo científico e darwinismo social de fins do século XIX.
A publicação, veiculada no jornal impresso de maior circulação do país, sob a assinatura de um nos maiores nomes da ciência médica no Brasil, nome esse ligado a confiabilidade, confere a ideologia propagada por suas palavras essa mesma confiabilidade, servindo a elite que lê Drauzio um aparato científico tranquilizante, garantindo que as acusações de racismo contra essa elite são infundadas, já que essa atitude é natural. Cabe àqueles a quem essa ideologia fere, colocar-se contra a propagação de ideias como essas.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Algumas coisas

Grávida de um filho que não existe. Grávida de vento. Grávida do TEMPO. Grávida sozinha. Grávida, sem barriga, sem leite, sem vida. Grávida do TEMPO. Grávida de nós.


Ouvido num almoço de domingo

"Racismo é uma coisa sobre a qual não se deve falar. Pra mim, falar de racismo só aumenta o racismo." MAS QUE VIDA CONFORTÁVEL!!!!! JAMAIS IMAGINEI QUE A VIDA PUDESSE SER TÃO M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A!!!! Claro que corro o risco de morrer de fome, já que parte da minha vida profissional se resume a falar de racismo. Mas abro mão disso por um bem maior. Procuro outro tema.
Peraí: será que se não falarmos nos negros, eles deixam de existir? Sim, porque se o segredo para extingir um problema é não falar dele, ora então vamos direto ao ponto: também não vamos falar de indígenas, de imigrantes, de indigentes, de ambulantes, de traficantes, de homosexuais... De hoje em diante não falaremos mais dessas categorias que insistem em atrapalhar e enfeiar a nossa confortável existência.
É claro que a proposta é possível. Se você não enfrenta o racismo, é fácil fingir que ele não existe, né? E eu? Como é que eu fico com a minha dor? Quieta, né? DESCOBERTA A CHAVE DE TODOS OS MEUS PROBLEMAS: O SILÊNCIO...

terça-feira, 16 de março de 2010

Sou o que trago comigo

EM UMA ERA ONDE 'TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR', UMA TATUAGEM PODE SER UMA DAS POUCAS COISAS ETERNAS QUE ALGUÉM PODE TER NA VIDA.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ausência

É quase impossível e me é insuportável conviver com a ausência sem poder falar nada. É por isso que escrevo essas palavras. Apesar de serem pouco lidas, é melhor do que não serem ditas. Um dia, se eu tiver um amor, quero que ele fique comigo pra sempre, ou, se for pra me deixar, que me deixe pra sempre. Mas essa ausência, esse fantasma de casa-descasa, de tudo isso eu quero que se lasque!!! Na primeira ausência, quero jogar as roupas do meu futuro marido pela janela, bradando injúrias aos quatro ventos, pra que ele não pense em voltar, e pra que a vergonha tornada pública não me permita aceitá-lo de volta. Ou ainda, pagarei na mesma moeda publicamente, porque é melhor ser puta que ser coitada. Ser apontada como coitada é uma situação que eu já conheço, e dela quero distância.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Donina D'Oxum

Candomblé é religião de amor.

Finalmente uma matéria que defende a religião!!!

http://correio24horas.globo.com/noticias/noticia.asp?codigo=46364&mdl=29

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Gabriel Chalita

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço:
http://www.youtube.com/watch?v=25rbc0OZn7o

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Maternidade

Achei esse bilhete guardado. Deve ter aproximadamente um ano:

Ao meu filho querido:

Hoje mamãe brigou com vovô pelo direito de você vir pra essa casa. Mas calma, foi uma briga a toa. Ele vai entender que eu preciso de você e que você também precisará de mim e que um dia seremos unidos por laços que nem nós mesmos entenderemos.
Ainda não nos conhecemos, eu ainda não sei seu nome nem vi a cor dos seus olhos, mas já te desejo profundamente, já te amo e já penso no seu futuro.
beijos carinhosos
Mamãe